Fotocoagulação a Laser

Fotocoagulação a Laser

A Fotocoagulação a laser é um procedimento utilizado no tratamento de diversas doenças que afetam os vasos sanguíneos do olho localizados na Retina. Antes do seu surgimento, a maior parte dessas doenças não tinha tratamento eficaz e propiciavam hemorragias com muita frequência. Com o advento da técnica e a revolução causada por essa nova tecnologia, hoje, muitas doenças retinianas podem ser tratadas através desse método.

Como a Fotocoagulação a laser funciona?

O laser é uma fonte luminosa intensa que, quando aplicada ao epitélio pigmentar da Retina, é convertido em energia térmica, com a temperatura subindo para além de 65 ºC na área de aplicação. Este calor, por sua vez, induz abrasão no tecido retiniano, levando à desnaturação de proteínas, instaurando-se assim um processo de coagulação e posterior cicatrização. A técnica é utilizada para reduzir a proliferação de vasos sanguíneos retinianos.

No IOC, é utilizada a fotocoagulação a laser de Argônio, um dos mais utilizados no mundo para realização da técnica.

Durante o procedimento, podem ser realizadas ablações em vasos específicos (fotocoagulação focal) ou em uma grande quantidade da Retina (fotocoagulação pan-retiniana) para a redução do crescimento de vasos sanguíneos. Neste último caso, pode se realizar a ablação a laser em dezenas a centenas de pontos da Retina.

Tratamentos com fotocoagulação por laser

A Fotocoagulação a laser é utilizada no tratamento de diversas doenças da Retina:

Retinopatia Diabética

A Diabetes descontrolada leva à proliferação desenfreada de vasos sanguíneos anômalos na Retina, estágio da doença conhecida por Retinopatia Diabética Proliferativa. Por sua constituição anormal, são vasos finos e fracos que, ao sangrar, levam a prejuízo irreversível da visão. Nestes casos, a Fotocoagulação a laser de Argônio é capaz de realizar a ablação desses neovasos, reduzindo seu crescimento e evitando novos sangramentos.

Degeneração Macular Relacionada à Idade

Apesar de indicada com menos frequência e ser substituída pela Injeção Intravítrea em diversos casos, a Fotocoagulação a laser também pode ser usada em situações específicas de Degeneração Macular, como no caso de pacientes que não respondem bem à terapia com drogas anti-VEGF intravítreas. Beneficiam-se os pacientes que apresentam a proliferação de vasos da coróide longe da fóvea, área central da Retina que forma imagens com a maior nitidez.

Glaucoma

O Glaucoma caracteriza-se pelo aumento da pressão intraocular a níveis que podem lesionar o nervo óptico, que conduz o estímulo luminoso captado na Retina até o cérebro. Em casos específicos de Glaucoma neovascular, a proliferação de neovasos pode ser controlada com a Fotocoagulação. O uso do laser ainda pode ser usado para reduzir diretamente a pressão intraocular (procedimento conhecido como Trabeculoplastia a laser) ou reduzir o acúmulo do humor aquoso através da diminuição de sua produção e aumento da sua saída pela Ciclofotocoagulação.

Anemia Falciforme

Alguns portadores de Anemia Falciforme apresentam uma Retinopatia específica da doença, muito semelhante à Retinopatia Diabética, com proliferação de vasos sanguíneos anômalos e aumento das chances de Descolamento da Retina e Hemorragia Vítrea. Nesses pacientes, o uso da fotocoagulação a laser de Argônio parece ser eficaz na prevenção da perda visual e da Hemorragia Vítrea.

A Fotocoagulação a laser dói?

O procedimento de Fotocoagulação é realizado apenas após a anestesia. Na maior parte dos casos essa anestesia é realizada com o emprego de gotas de colírio. Em uma menor parcela dos pacientes, pode ser necessária a infusão de anestésicos de Lidocaína em áreas específicas do globo ocular. De qualquer forma, após a anestesia o procedimento é indolor.

Como é realizado o procedimento?

A Fotocoagulação a laser é um procedimento simples, indolor e rápido, realizado em regime ambulatorial (não requer internação). Apresenta duração média de 10 minutos e não é preciso realizar nenhum preparo ou jejum.

Para realizar o procedimento, será realizada a dilatação da pupila. Por isso, é necessária a presença de um acompanhante pois não será possível dirigir após a fotocoagulação.

Ela é um processo indolor e a anestesia é feita através de gotas de colírio.

Riscos e efeitos colaterais

Apesar de ser uma técnica segura, assim como qualquer procedimento (oftalmológico ou não) o paciente nunca está isento de riscos. As complicações que podem advir do tratamento com Fotocoagulação a laser incluem:

  • Turvação visual transitória;
  • Opacificação da Córnea;
  • Fotocoagulação da fóvea (centro da Retina);
  • Edema Macular;
  • Hemorragia Vítrea;
  • Efusão coroidal;
  • Alterações na visualização de cores;
  • Defeitos de campo visual;
  • Prejuízo da visão noturna.


Através de um procedimento supervisionado por um oftalmologista competente e equipe bem treinada, as complicações graves como Edema Macular e Hemorragia Vítrea, bem como a Fotocoagulação da Fóvea, podem ser reduzidas significativamente.