Dr. Márcio Rodrigues
A blefarite é uma inflamação das bordas das pálpebras, possivelmente com escamas espessas, crostas, úlceras superficiais, ou vermelhidão e inchaço das bordas das pálpebras.
- A inflamação é causada por determinadas infecções, reações alérgicas e algumas doenças cutâneas.
- As pálpebras ficam irritadas, vermelhas, inchadas e podem coçar e queimar.
- Geralmente o diagnóstico é baseado em sintomas e no aspecto das pálpebras.
- Alguns distúrbios subjacentes são tratados, e muitas vezes são administrados pomadas e comprimidos antibióticos, lágrimas artificiais, ou uma combinação destes.
Causas
As doenças que podem causar blefarite incluem as infecções bacterianas (geralmente por estafilococos) das pálpebras ou dos canais das glândulas mais profundas que se abrem nas bordas das pálpebras, algumas infecções virais (em geral herpes simplex) e reações alérgicas (a pólen ou mesmo a colírios). Doenças cutâneas como dermatite seborreica ( Dermatite seborreica) e rosácea ( Rosácea) afetam o rosto inclusive as pálpebras, levando à inflamação e à blefarite.
Outra causa são as glândulas sebáceas inflamadas ou obstruídas na borda das pálpebras (chamada disfunção da glândula meibomiana), que pode ser causada pela rosácea. Colírios podem desencadear reações alérgicas que causam a blefarite (a chamada blefarite alérgica por sensibilidade de contato). Algumas vezes a inflamação não tem causa conhecida.
Sintomas
A blefarite pode provocar a sensação de que existe alguma coisa no olho. Os olhos e as pálpebras podem coçar e queimar, e as bordas das pálpebras podem ficar vermelhas. Os olhos começam a lacrimejar e ficam sensíveis à luz intensa.
Em alguns tipos de blefarite, tais como aquelas causadas por infecções bacterianas, as pálpebras podem inchar e alguns cílios podem ficar brancos ou até mesmo cair. Por vezes, podem surgir pequenos abscessos de pus (pústulas) na base dos cílios e, posteriormente, úlceras superficiais (blefarite ulcerosa). Uma crosta pode se formar e aderir firmemente às bordas das pálpebras. Quando a crosta é retirada a superfície pode sangrar. Durante o sono, as secreções secam e as pálpebras ficam grudadas.
A maioria dos tipos de blefarite tende a reaparecer e se mostra muito resistente ao tratamento. A blefarite é incômoda e pouco atraente, mas no geral não danifica a córnea e não provoca perda de visão. Por vezes, a blefarite ulcerosa pode provocar a queda dos cílios e a cicatrização das bordas das pálpebras e, raramente, uma inflamação pode afetar a córnea.
Diagnóstico
Sintomas e aparência das pálpebras
O diagnóstico normalmente se baseia nos sintomas e no aspecto das pálpebras. O profissional da saúde pode utilizar uma lâmpada de fenda ( O que é uma lâmpada de fenda?) para examinar as pálpebras mais detalhadamente. Em determinadas ocasiões, é retirada uma amostra de material das bordas das pálpebras para identificar a bactéria que está causando a infecção e determinar o grau de sensibilidade para os antibióticos normalmente utilizados.
Tratamento
O problema que causa a blefarite é tratado sempre que possível. Por exemplo, um colírio que parece ser o causador da blefarite por contato alérgico pode ser interrompido.
Para a blefarite provocada por dermatite seborreica, o tratamento consiste em manter as pálpebras limpas, esfregando suavemente as bordas duas vezes ao dia com um pano ou algodão embebidos numa solução diluída composta por xampu para bebê (2 ou 3 gotas para meia chávena de água morna). Quando a dermatite seborreica é a causa, o rosto e o couro cabeludo também têm que ser tratados ( Considerações Gerais Sobre Dermatite).
Para disfunção da glândula meibomiana, compressas mornas podem ajudar a gordura a fluir das glândulas sebáceas meibomianas e diminuir a inflamação, aliviando a coceira e a ardência. A rosácea que causa a disfunção da glândula meibomiana também deve ser tratada ( Rosácea : Tratamento).
Para tratar a blefarite ulcerativa causada por bactéria, um médico pode receitar uma pomada com antibiótico, como bacitracina mais polimixina B, gentamicina, eritromicina ou sulfacetamida, ou um antibiótico oral (como a doxiciclina).
Uma blefarite viral é tratada com comprimidos antivirais (como o valaciclovir) que são eficazes contra o herpes simplex, que é a causa mais comum.
Alguns tratamentos ajudam a aliviar os sintomas, como a irritação. Lágrimas artificiais usadas durante o dia e pomadas lubrificantes aplicadas à noite também podem ajudar. Os sintomas também podem ser minimizados com compressas úmidas, em geral frias para blefarite alérgica ou de sensibilidade por contato e aquecida para todas as outras causas de blefarite.
Síndrome do olho seco é uma anomalia na produção ou na qualidade das lágrimas. Entre os principais sintomas estão ressecamento da superfície do olho, vermelhidão, ardor e coceira.
A síndrome do olho seco é uma condição que acomete especialmente as mulheres mais velhas. Trata-se de uma anomalia na produção ou na qualidade da lágrima que provoca o ressecamento da superfície do olho, da córnea e da conjuntiva.
A lágrima, ou filme lacrimal, é um líquido produzido pelas glândulas lacrimais. Ela é composta por água, sais minerais, proteínas e gordura, com a função de lubrificar, limpar e proteger o olho das agressões causadas por substâncias estranhas ou micro-organismos.
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